Olá, caro leitor! Nos últimos tempos, você, leitor fiel, se atentou ao fato de que estivemos falando muito sobre sentimentalismo, esperança, não desistir, comunicação por meio dos jogos e, claro, focados nos meus favoritos, como Hollow Knight, God of War e os grandes Souls-Likes que nunca faltam por aqui. Mas hoje falaremos não só de um jogo diferente desses, mas também do sentimento clássico de jogar um jogo: se divertir.
Falaremos do grandioso Doom Eternal, lançado em 2020 e que representa uma nova fórmula da clássica franquia Doom, com jogos focados em primeira pessoa e combate com armas das mais diversas, como shotguns, bazucas, metralhadoras, etc.
Doom é centrado em um combate frenético que coloca o jogador em uma posição de superioridade diante dos inimigos. Aqui, as coisas são diferentes: você é o perigo, você é o terror dos demônios. Ao controlar o protagonista, Doom Slayer, o jogador não só ocupa a posição de um personagem praticamente invencível, cujo objetivo é mostrar o quão "badass" ele pode ser, mas também é obrigado a ser esse ser incrível e temido. Isso é uma grande aula de game design.
Essa "aula" se revela quando você fica sem vida ou até mesmo sem munição. Em outras situações de FPS, o jogador normalmente recuaria e se manteria seguro para valorizar os recursos que estão se esvaindo. Porém, a recuperação desses recursos aqui vem por meio da luta, do confronto direto contra os inimigos, pois ao derrotá-los, você não só recupera vida, mas também munição quando está zerado. O jogo te incentiva a viver esse frenesi; você é, sim, o protagonista incrível e deve fazer jus a isso: deve ser agressivo, deve fazer loucuras e, acima de tudo, se divertir nesse processo, porque, se há algo que Doom é, ao menos para mim, é divertido.
A trilha sonora é excepcional e frenética, com foco em rock e metal que quase nunca para, assim como Doom não pode parar contra seus inimigos. Todos os ambientes são agressivos e expõem que o protagonista não é bem-vindo ali, incentivando a rebeldia e a vontade de se impor, tanto enquanto jogador quanto protagonista. Não se trata de um jogo com uma história bem escrita, devo admitir, mas sim de saber o que ele quer ser: um jogo divertido que faz você querer relaxar e se sentir bem, apesar de toda a loucura das lutas e cenários.
Há muito mais capricho e personalidade quando se sabe o que se quer e se mantém fiel a isso. Esses são princípios que devem ser seguidos com valentia e honestidade, mesmo quando o jogo pode parecer desleixado em sua história. Essa questão ainda irei abordar na coluna, pois a pressão por grandes narrativas em uma mídia que nunca se propôs a isso em seus princípios é, com certeza, um dos desvios cometidos ao longo dos anos na indústria de jogos e talvez um dos pilares para tantos lançamentos abaixo da média nos últimos anos.
Jogar um jogo sempre foi sobre hobby e diversão, um passatempo que é feito no conforto do lar e que traz conforto nos momentos jogados. Por isso, esse jogo é videogame, é videogame puro, na sua essência e em tudo que fez e ainda fará, pois "Doom: The Dark Ages" foi anunciado para 2025 e promete ser incrível como o Eternal.
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