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Jurassic World: Recomeço é uma ode ao mais do mesmo











Eu sabia o que ia (vi)ver quando decidi comprar os ingressos para "Jurassic World: Recomeço". Sabia que a fórmula consagrada no primeiro filme, repetida de forma cada vez mais pobre em todas as sequências, estaria lá. Não dá pra dizer, porém, que ao sair do cinema eu estava decepcionado. Mas o começo do filme aponta discretamente para caminhos tão mais interessantes que, ao terminar, a cabeça lamenta, sim, um pouco o desperdício. E, para falar do filme de um modo geral, cometerei spoilers nos parágrafos seguintes — embora todos eles sejam previsíveis, já que o filme segue a mesma lógica de todos os anteriores.


Scarlett Johansson protagoniza o novo filme da franquia de Jurassic World. Imagem/Reprodução: Universal Pictures
Scarlett Johansson protagoniza o novo filme da franquia de Jurassic World. Imagem/Reprodução: Universal Pictures

Nas cenas iniciais, minha mente cansada de mais do mesmo esperançou um pouco: o plot é — ou poderia ser — diferente dos anteriores. O filme anuncia logo de cara que os dinossauros convivem há 32 anos com as outras espécies do planeta, e um documentário, inclusive, nomeia o período vivido como Neojurássico — talvez melhor que o Antropoceno? Somos, então, apresentados a Bronto Billy, um brontossauro moribundo no meio de Nova Iorque, que inclusive atrapalha o trânsito.

Tudo isso possibilitaria contar muitas histórias, com muitas perspectivas diferentes, sobre a vida no planeta Terra, a interação entre espécies, a pretensa dominância humana, as consequências da manipulação inescrupulosa da ciência. Mas, em menos de quinze minutos, "Jurassic World: Recomeço" volta para os trilhos gastos da franquia, mas não sem antes nos fornecer um pequeno infodump que, se fosse o tema central do filme, talvez entregasse algo mais interessante: os dinossauros não conseguiram se adaptar ao clima do planeta fora da zona intertropical, estando agora confinados a ela.


O mais curioso é perceber como as pessoas perderam o interesse nessas criaturas, algo sem muitas explicações sobre os motivos; e, claro, há uma nova empresa estudando um possível remédio revolucionário para doenças do coração, e que precisa testá-los nos "dinos" — ou melhor, em três deles: o maior dentre os terrestres; o maior entre os aquáticos; e o maior entre os voadores. E claro que, para isso, monta-se uma equipe e que, a caminho de uma ilha (outra vez), cruza com um pai, duas filhas e o namorado de uma delas perdidos no meio do oceano — era preciso garantir as crianças na fórmula.


Antes de seguirmos com a análise, você pode assistir o trailer de Jurassic World: Recomeço

Bom, o resto você já pode imaginar: correria, dilemas éticos (ou nem tanto) e personagens gananciosos levando a pior — com direito até a um dino-cachorrinho “adotado” pela criança menor. Os destaques positivos ficam para os easter eggs da primeira trilogia, e os negativos para cenas dignas de roteiros ruins: a decisão de inflar um bote em frente a um tiranossauro que está dormindo, apenas para que ele possa perseguir as personagens rio abaixo (e desistir de comê-los sem muitos motivos); apontamentos sobre possíveis espécies manipuladas e híbridas no meio do caminho, que só aparecem no final e sem muito impacto; e um diálogo em que a criança menor pergunta o que farão caso o barco de fuga no final do caminho não funcione, com um dos adultos respondendo que "não vai deixar nada de mal acontecer a ela" — ou seja, não respondendo a pergunta.

De novo: eu sabia que seria assim. Mas talvez um recomeço de verdade, explorando um mundo coabitado por humanos e dinossauros (plot anunciado e também não muito explorado no filme anterior), pudesse ter efeito melhor, inclusive comercialmente falando.


A sala de cinema, três dias depois do lançamento do filme no Brasil, não tinha nem dez pessoas. Como, inclusive, arriscaram fazer — de leve — outras franquias, como Predador e Alien.

Eu nunca fui muito de fanfics, mas depois de "Jurassic World: Recomeço", fiquei com bastante vontade de escrever uma história explorando outros elementos do enredo.


Você já assistiu "Jurassic World: Recomeço"?

  • Sim

  • Ainda não

Que história escolheria narrar dentro do período Neojurássico? Os comentários estão abertos pra essa conversa!

2 comentários


Volnei Freitas
Volnei Freitas
07 de ago.

Danilo, ótima resenha!

Tenho certeza de que esperarei sua fanfic 😉👌

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Danilo Heitor
08 de ago.
Respondendo a

hahahaha quem sabe um dia eu escrevo!

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