top of page
Foto do escritorClaudio Marcos

Videogames salvaram minha vida

Claudio Marcos














Lembro-me até hoje do meu primeiro videogame: um Playstation 1, pequeno e de cor cinza. Era tão compacto, mas cabia meu mundo ali — sim, o meu mundo, um mundo de alegria, aventuras, desejos e diversão, jogando títulos como Crash Bandicoot e jogos de luta como Street Fighter.


Me perdoe se parece um texto sobre nostalgia, mas, na verdade, é sobre tudo, sobre o meu tudo, porque foi o que me salvou muitas vezes. É engraçado como a expressão artística — assim digamos — pode mexer conosco, não é? Jogar videogame sempre foi um escape para mim. Quando eu tinha um dia ruim na escola, eu ia para casa jogar Sonic ou Dragon Ball Z, e passava horas ali, apenas eu e meu mundo. Era quase como se eu tivesse vivido várias vidas: já fui mago, ouriço azul rápido, piloto de corrida, lutador e muitas outras coisas. Mas, acima de tudo, eu pude ser eu mesmo, apenas um garoto que amava estar ali com seus jogos.


O que estou escrevendo é mais pessoal, mas como não seria? Sou diretor de uma coluna de jogos — um sonho realizado, não é mesmo?

Videogames sempre foram minha forma favorita de arte. Sempre me senti mais imerso porque, muitas vezes, não era apenas sobre a história daquele jogo específico, mas sobre o fato de que eu sentia que fazia parte da história. A trama só avançava quando eu jogava, e, querendo ou não, quando eu progredia também. Por isso, gosto de jogos que são considerados difíceis, os famosos souls-likes. Você, leitor desta coluna, já deve ter percebido o quanto amo esse gênero. Esse gênero mudou minha vida para melhor e me mostrou novamente por que os jogos são tão apaixonantes. Muitas vezes, eu pensava na minha vida pessoal e duvidava das minhas capacidades. Entrar em um jogo desafiador e sentir que ele me dizia, através da dificuldade, “você é capaz, não desista”, e finalmente ver a tela de “inimigo derrotado” em vez da tela de morte, foi uma conquista alcançada com esforço e paciência.


Desafiar-se, superar-se, ir além e ver o progresso que você conquistou com suas próprias mãos é a maior imersão possível. Você é o protagonista, o protagonista de tantas histórias e mundos diferentes. É a chance de se sentir livre, mesmo que dentro de uma tela.

Essa tela me salvou, e personagens como Arthur Morgan ficarão para sempre em meu coração. Descobri que os videogames contam histórias únicas e muito especiais, histórias que nos mudam e nos fazem melhores.


Além de ser um escape, os jogos se tornaram meu passatempo favorito, o hobby que tanto amo e quero manter para sempre. É o que aquece meu coração e traz alegria aos meus dias. É importante termos algo que nos faça sentir vivos, algo que esteja sempre ali quando precisamos, como um livro, um filme, um mangá ou um jogo — coisas feitas com amor e dedicação por outra pessoa e passadas para alguém que também carrega esse amor dentro de si, o amor de ler, escrever, jogar e viver.


Obrigado por ler a coluna de jogos. Ela é uma extensão do meu amor por esse mundo. Agradeço por aceitá-la.

88 visualizações2 comentários

Posts recentes

Ver tudo

2 Comments


Isso faz toda a diferença, Cláudio. Quando a gente faz o que nos faz feliz, não tem como não entregar o melhor. Muito sucesso na coluna!

Like
Replying to

Muito obrigado, Bianca! É um prazer fazer parte da revista junto de você!

Like
bottom of page