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Foto do escritorGabriel Mello

Entre páginas e imagens, vamos falar sobre experiência estética?

Gabriel Mello, colunista de Arte/Literatura








Na semana passada, falei um pouco sobre as narrativas presentes nas imagens (leia sobre aqui) e isso acabou por nos levar àquilo que chamamos de experiência estética. Falar de estética, porém, já é uma tarefa muito complexa e um tanto quanto filosófico, mas é impossível fugir desse viés se pretendemos entender as humanidades por um todo.



Reconhecendo a existência da Arte/Literatura como justamente um esforço de enxergar as Humanidades (com "H" maiúsculo) como essa lente para o mundo, é quase impossível não se perguntar de onde vem esse poder e esse fascínio que sempre nos faz recair nas manifestações/criações humanas, isto é, a cultura? Isso, já adianto, se dá pela experiência estética.


A experiência estética é essencialmente uma experiência perceptiva, na qual o sujeito participa ativamente com sua sensibilidade, seu corpo, seus afetos, sua imaginação e sua criatividade diante de um determinado objeto. (REIS, 2011)

Consumimos arte, literatura e cultura (como produtos) porque nestas manifestações encontramos a experiência única da estética. Essa experiência, claro, é bastante complexa e está relacionada a diversas etapas e complexidades psicológicas até a catarse, ou seja, até a concretização de funções psicológicas superiores (FPS).


Muitos teóricos já vieram a defender a Arte como esse catalisador de funções psicológicas superiores, como é o caso de Vygotsky, mas para além das teorizações o que se enxerga é a prática da ação. A experiência estética nesse parâmetro manifesta-se através do agente; não é um fenômeno exato que, sobretudo, existirá. É uma experiência, como o próprio nome diz, e por isso depende diretamente do eu.


Ainda resgatando os debates da semana passada, se é possível a construção de imagens sem a ação física do ver, e como Alice Casanova Reis constata, a experiência resultante desse contato com a Arte/Literatura nada mais faz do que resgatar o próprio repertório daquele quem "vê", e assim criar as narrativas.


Quando entendemos ou nos identificamos com essas narrativas, vivemos a chamada catarse. Através dela, e catalisada por uma manifestação cultural, signos são atrelados a nós, um caráter é direcionado e ideologias são concretizadas. Tudo isso através da Arte/Literatura.


Não há agente mais capaz de transformação do que a experiência estética, então?



Referências Bibliográficas


REIS, Alice Casanova. A experiência estética sob um olhar fenomenológico. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 63, n. 1, p. 75-86, 2011.


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